Como estudamos na Carta de São Paulo aos Efésios e especificamente no
capítulo 6,10-18, somos guiados e instruídos por alguns conselhos
espirituais para que possamos resistir aos ataques do inimigo que
procura destruir as almas eternas de todos os homens e mulheres. São
Paulo, nesta passagem clara e sucinta das Sagradas Escrituras, que
chegou até nós através dos tempos, apresenta um ensinamento claro e
eficaz ao qual devemos aderir. Lembrando-nos de que devemos, em primeiro
lugar, buscar nossa força no Senhor e em seu poder (EF 6,10), São Paulo
passa a relacionar as peças da armadura que um soldado romano usava
para defender-se e também para atacar o inimigo, e os usa simbolicamente
para nos ensinar como devemos usar a armadura espiritual que Deus nos
deu para nos defender e derrotar o inimigo.
São Paulo então conclui com uma
exortação à oração: “Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual
perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. Através
do derramamento do Espírito Santo em Pentecostes e da promessa de que
“A promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que
ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus” (Atos 2,39), podemos
fortalecer-nos no Espírito Santo e usar os dons que Ele deu à Igreja,
especialmente o dom da oração em línguas, como um meio para combater os
ataques de Satanás e seus demônios, dos principados e potestades, contra
os príncipes deste mundo tenebroso” (Ef 6,12).
A oração é uma arma poderosa em nosso
arsenal espiritual, mantendo-nos firmemente enraizados na única fonte de
poder disponível para nós, ou seja, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo,
nosso Salvador e Redentor; Aquele que derrotou Satanás e todos os seus
domínios. Assim, São Paulo nos exorta a usar orações e petições de todo
tipo.
Comecemos com este dom surpreendente de
oração que flui para nós através da ação do Espírito Santo — o dom da
oração no Espírito. Nele, ignoramos nossa própria inteligência e
conhecimento, entrando em uma profunda união com o coração e a mente de
Deus. Nesta forma de oração, estamos literalmente tocando na perfeição
da oração que fortalece e edifica a alma daquele que está rezando.
“Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo”. (1 Cor 14,4)
Todos nós, às vezes, sentimos
dificuldade em orar. Nossa linguagem e intelecto humanos falham em
expressar o gemido de nossas almas, especialmente em tempos de grande
provação, dor, sofrimento ou ataques espirituais. O inimigo, procura
confundir a alma para semear sementes de dúvida e até de desespero.
Rapidamente ficamos sem palavras em nosso próprio idioma, mas ao usar o
carisma de línguas, a alma abandona-se ao coração de Deus e o próprio
Senhor forma os gemidos que saem de nossa boca como se fosse uma
linguagem oculta expressando Sua oração mais perfeita nas situações que
enfrentamos.
São Paulo nos exorta a “rezar
constantemente”, a perseverar na oração. Mais uma vez, em nossa condição
humana, desistimos facilmente de orar, muitas vezes orando no Espírito
por apenas alguns minutos ou até menos, alguns poucos segundos.
Muitos de nós só usamos este carisma quando estamos em uma reunião de oração pública, raramente usando-o, se usamos, em nossa oração pessoal ou ao longo do dia. Deus nos deu esse dom, não apenas para nossa edificação pessoal, mas também como um meio de intercessão.
Muitos de nós só usamos este carisma quando estamos em uma reunião de oração pública, raramente usando-o, se usamos, em nossa oração pessoal ou ao longo do dia. Deus nos deu esse dom, não apenas para nossa edificação pessoal, mas também como um meio de intercessão.
Deus, que conhece cada necessidade, nos
convida a participar na obra da salvação. Perante as necessidades
esmagadoras do mundo, seríamos esmagados pela enormidade da batalha que
está ocorrendo à nossa volta.
No entanto, usando este dom de línguas,
nossa oração no Espírito transcende o natural e une-se ao Deus
Todo-Poderoso e Seu desejo pelo mundo.
Portanto, cultivemos novamente este dom
de línguas, rezando no Espírito durante o dia, mantendo-nos sempre em
união com o Espírito Santo e Sua obra de construir o corpo de Cristo, a
Igreja.
Cada vez mais, até mesmo dentro da
Renovação Carismática Católica, o uso dos carismas tem diminuído em
algumas áreas ao ponto de não ouvir-se mais a manifestação do dom de
línguas. Seria uma tragédia se, mais uma vez, permitíssemos que estes
dons morressem na vida da Igreja. Eles nunca serão totalmente extintos,
mas o Espírito Santo tem sido derramado sobre nós nesta grande renovação
que tem se espalhado no mundo e que nos foi dada por Deus,
especificamente para estes tempos graves e perigosos em que vivemos.
Não devemos considerá-los sem seriedade
ou colocá-los de lado, como se fossem supérfluos, em nossos
relacionamentos com Deus. Até São Timóteo foi chamado a “reavivar a
chama do Dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos” (2
Tim 1, 6). Nós também devemos reavivar a chama do dom de Deus, em um
zelo e desejo ardente para que os dons de Deus sejam renovados em nós a
fim de podermos cumprir os planos de Deus para nós e para Sua Igreja
nesta era.
Alguns considerariam o dom de línguas como o menor entre os dons, mas São Paulo deseja que todos falemos em línguas (1Cor 14,5).
Alguns considerariam o dom de línguas como o menor entre os dons, mas São Paulo deseja que todos falemos em línguas (1Cor 14,5).
Ele afirma: “Graças a Deus que possuo o dom de línguas superior a todos vós” (1 Cor 14,18).
Se permitimos que este dom tenha
diminuído em nossa vida de oração pessoal, arrependamo-nos e
manifestemos este dom diariamente, usando-o como uma arma poderosa
contra as táticas do inimigo.
Para aqueles que nunca usaram este dom
ou sentem que Deus não lhes deus este dom, você poderia perguntar: “Como
receber este dom da oração?” Basta pedir, conforme Cristo nos instruiu
em Lucas 11,10-13.
Coloque seu coração nos dons
espirituais, como Paulo nos instrui em 1 Cor 14,1. Lembre-se que, para a
manifestação deste carisma, devemos fazer a parte natural e Deus faz o
sobrenatural. Para orar no Espírito, temos que abrir nossas bocas e
formar sons usando nossas cordas vocais.
O Espírito Santo formará então estes
sons em línguas desconhecidas e conhecidas, formando uma oração perfeita
à medida que colocamos nossa total confiança em Deus.
Um exemplo de Deus usando o natural
sobrenaturalmente pode ser visto quando Pedro caminha sobre as águas.
Jesus convida Pedro a ir até Ele sobre as águas. Pedro fisicamente sai
da barca e caminha naturalmente. Cristo faz o sobrenatural, mantendo
Pedro na superfície. Somente quando Pedro desvia seu olhar de Cristo é
que ele começa a afundar.
Da mesma forma, nós também devemos
manter nossos olhos em Jesus, formando os sons e permitindo que o
Espírito Santo faça o sobrenatural.
São Paulo fala que devemos rezar usando
orações e petições de todo o tipo. Concentramo-nos inicialmente no
carisma de orar no Espírito. Isto não nega, absolutamente, as muitas
outras formas de oração que Deus nos deu para lutar contra a ação do
inimigo. A oração formal usada com atenção nós dá palavras em uma
linguagem compreensível para nos ajudar a concentrar nossos pensamentos
enquanto oramos.
A oração mais perfeita é o Pai Nosso,
que nos dado pelo próprio Cristo Jesus em resposta a um pedido do
Apóstolo: “Senhor, ensina-nos a rezar”.
O Pai Nosso inclui uma oração de
libertação e proteção contra o inimigo. Satanás despreza essa oração,
portanto, use-a com freqüência, pronunciando cada palavra e frase com
atenção.
Naturalmente, dentro do Rosário, o
Pai-Nosso precede cada dezena e Maria, que é a inimiga de Satanás, (Gen
3,15), consistentemente tem exortado seus filhos a usar o Rosário como
uma arma poderosa nessa guerra espiritual. Em minha própria vida, nos
momentos de grande tensão e crise, tenho me voltado para Maria, rezando o
Rosário a fim de trazer paz e confiança para minha alma.
Até mesmo o ato físico, de passar conta por conta no terço, restaura a calma em nosso corpo, alma e espírito.
A Eucaristia é a fonte e o ápice da vida
Cristã; a mais alta forma de oração que nos auxilia diariamente a nos
mantermos fiéis e assim poder enfrentar cada ataque em nossas vidas.
Jesus está verdadeiramente conosco no Corpo, Sangue, alma e Divindade. A
Eucaristia é verdadeiramente um vislumbre do céu aqui na terra
(Ecclesia de Eucharistia, 19). A Missa e comunhão diárias são a própria
fonte de nosso pão de cada dia, o corpo de Cristo. Podemos diariamente
nos aproximar de Jesus, presente no Tabernáculo ou exposto no Santíssimo
Sacramento, usando a oração no Espírito para nos unir a Cristo.
Existem muitas outras orações que
podemos usar nesta batalha espiritual aproveitando a riqueza da nossa
herança católica: A oração para São Miguel, Lembrai-vos (Memorate), Via
Sacra, Ladainhas especialmente ao Sagrado Coração de Jesus.
Deus, em seu amor por nós, equipou-nos para esta hora e lugar. Nós, assim como aqueles que vieram antes de nós, devemos continuar a lutar esta guerra pelas almas da humanidade até que Cristo retorne em glória.
Deus, em seu amor por nós, equipou-nos para esta hora e lugar. Nós, assim como aqueles que vieram antes de nós, devemos continuar a lutar esta guerra pelas almas da humanidade até que Cristo retorne em glória.
Perseveremos até o final, como São Paulo
fez e nos deu o exemplo: “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou
de Cristo”. (1 Cor 11,1)
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